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O projeto

Há 100 anos, entre dezembro de 1919 e fevereiro de 1920, Afonso Henriques de Lima Barreto esteve internado no Hospital Nacional de Alienados. Era sua segunda internação em uma instituição psiquiátrica.

Durante o período, Lima Barreto — que, àquela altura, já havia escrito o Triste Fim de Policarpo Quaresma e as Recordações do Escrivão Isaías Caminha — fez diversas anotações, a lápis e em fragmentos de papel, sobre o cotidiano da instituição e as pessoas que ali trabalhavam e residiam.

Essas notas foram utilizadas para iniciar um romance, Cemitério dos Vivos, que ficou inacabado após a morte de Lima Barreto em 1922. Elas são, no entanto, um texto por si só, e foram postumamente organizadas e publicadas pelo primeiro biógrafo do autor, Francisco de Assis Barbosa. É nesse momento que ganham o nome de Diário do Hospício.

O Diário é reapresentado nesta edição como um texto a um só tempo histórico e contemporâneo, na medida em que complexo: as institucionalizações de Lima Barreto são nós que concentram questões fundamentais sobre a psiquiatria, o racismo e a literatura no Brasil.

Ilustração do artista Luciano Feijão para a edição do livro Diário do Hospício, de Lima Barreto, lançado pela Borda Editorial.

Os autores

Lima Barreto

Lima Barreto foi um escritor brasileiro, nascido no Rio de Janeiro em 13 de maio de 1881. Foi internado no Hospital Central de Alienados em duas ocasiões, em 1914 e 1919; foi durante esta última que escreveu as anotações deste livro. Lima faleceu em 1922, deixando boa parte de sua obra inacabada.

Luciano Feijão

Luciano Feijão nasceu em Vitória, no Espírito Santo, e é professor, artista e ilustrador. Seu trabalho tem como principal característica a forte expressividade gestual, a densidade das formas e as experiências com ferramentas alternativas.

Julia Carvalho

Júlia Carvalho é psicóloga e mestra em Psicologia Institucional. A partir da ficção como recurso metodológico, pensa as construções ficcionais e existenciais nas diferentes áreas com as quais a psicologia mantém interlocução, principalmente as políticas públicas brasileiras de saúde e assistência social.

Ilustração do artista Luciano Feijão para a edição do livro Diário do Hospício, de Lima Barreto, lançado pela Borda Editorial.

A edição

Esta edição do Diário do Hospício traz, em conversa com o texto centenário de Lima Barreto, as ilustrações do artista Luciano Feijão. A capa, também ilustrada, é reversível: pode apresentar a figura de Lima Barreto recém-chegado ao Hospital, ou a sua visão de navios na Baía de Guanabara, através das grades das janelas.

No texto, um tratamento gráfico rabiscado foi dado às palavras ilegíveis, frequentes no manuscrito, em uma tentativa de aproximar o texto diagramado de sua origem na caligrafia de Lima Barreto, em notas feitas a lápis, frágeis e imediatas.

A edição finda com um posfácio, contribuição da psicóloga e pesquisadora Júlia Carvalho, buscando contextualizar e disparar as várias possíveis discussões a respeito da obra, em toda a sua complexidade.

Logotipo da Borda Editorial

A edição ilustrada do livro Diário do Hospício é uma produção do coletivo editorial Borda.